SISTEMA FIERGS, SINDICATOS PATRONAIS E FEDERAÇÕES DE TRABALHADORES UNEM ESFORÇOS PARA PROTEGER EMPREGOS AFETADOS POR TARIFAS DOS EUA
A crescente preocupação com os impactos da elevação de tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros motivou uma reunião entre o Sistema FIERGS e cerca de 15 federações de trabalhadores.

A crescente preocupação com os impactos da elevação de tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros motivou uma reunião entre o Sistema FIERGS e cerca de 15 federações de trabalhadores, nesta terça-feira (5), na sede da entidade. O encontro teve como objetivo iniciar um canal de diálogo direto entre empresários e trabalhadores, visando a construção de medidas emergenciais para preservar empregos, especialmente nos setores mais atingidos pelas barreiras comerciais.
O presidente do Sistema FIERGS, Claudio Bier, defendeu a união de forças para enfrentar a crise. “A participação de todos é fundamental para o fortalecimento do diálogo e para a construção de soluções conjuntas que enfrentem essa crise das tarifas. A unificação de esforços entre empresários e trabalhadores é urgente. Com o consenso, podemos levar propostas aos governos estadual e federal. Essas medidas visam preservar postos de trabalho e evitar demissões”, afirmou.
Durante a reunião, representantes do setor empresarial destacaram os efeitos já visíveis em segmentos como calçadista, madeireiro e de alimentos, todos com forte presença no mercado americano. Estima-se que, somente no Rio Grande do Sul, cerca de 140 mil empregos estejam vinculados a atividades exportadoras para os Estados Unidos, com 20 mil postos de trabalho sob ameaça direta devido à nova política tarifária.
O presidente da Central Única dos Trabalhadores no Rio Grande do Sul (CUT-RS), Amarildo Cenci, entregou à FIERGS um documento elaborado conjuntamente pelas federações trabalhistas. A carta expressa preocupação com os impactos nos empregos e defende a produção nacional. “A proteção dos setores econômicos e dos trabalhadores é essencial. Estamos interessados em fazer parte dessa discussão que olha para a economia e para os postos de trabalho”, declarou.
Claudio Correa, diretor da Força Sindical do RS, enfatizou que é preciso dissociar o debate político das ações voltadas à preservação do trabalho. “As empresas precisam se manter funcionando para que possam manter os empregos. Podemos construir juntos um projeto para superar este momento difícil. Já vencemos a pandemia e as enchentes. Vamos encontrar uma saída no diálogo”, disse.
Como desdobramento, será criado um comitê de crise também pelas federações de trabalhadores, que elaborará uma pauta conjunta com propostas voltadas à manutenção dos empregos. Uma nova reunião com a FIERGS deve ocorrer nas próximas semanas.
O SINDIMADEIRA-RS esteve presente ao ato, representado pelo seu presidente Leonardo De Zorzi, que também integra o Comitê de Crise criado pela FIERGS, e pelo diretor executivo Moacir Bueno da Silva. A entidade reforçou seu compromisso com a defesa do setor madeireiro e moveleiro, um dos mais sensíveis ao impacto das tarifas, e com a construção de soluções que garantam a estabilidade econômica e social no Estado.
Foto Dudu Leal